As “Aberrações” do tempo – 3ª Parte - Mistérios do Universo

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24 de dezembro de 2016

As “Aberrações” do tempo – 3ª Parte

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Para você, caro leitor, que anda acompanhando as publicações sobre as “aberrações do tempo”, hoje, pretendo demonstrar através de outro experimento teórico, como tempo que reconhecemos como “passado“ é tão ou mais “incerto” que o futuro.
Para isso, utilizarei o conceito teórico do buraco de minhoca que é, na realidade, um conceito amplamente difundido entre físicos teóricos, entre os quais, Kip Thorne, que elaborou a possibilidade da criação e utilização do mesmo para Carl Sagan no seu livro “Contato”.
Não vou entrar em detalhes de “como” se cria um “buraco de minhoca”. Vou apenas conceitua-lo no sentido de que tal “buraco” é um buraco no espaço-tempo e permite, dentre outras coisas, viajar além da velocidade da luz no que podemos denominar de “Hiper-Espaço”.
Em outras palavras, “buracos de minhoca” conectam partes do espaço longínquo ente si, permitindo, por exemplo, que se possa viajar daqui à Galáxia de Andrômeda, há mais de 2 milhões de anos luz de distancia em apenas segundos, desde que existam uma entrada/saída aqui e outra em Andrômeda.
Pode-se pensar que este é apenas um conceito teórico. Mas muitas explicações físicas podem ser feitas através dos “buracos de minhoca” subatômicos. Por exemplo, o paradoxo das partículas gêmeas, que não importando a distância entre as mesmas, quando a “condição” de uma muda, a outra muda instantaneamente, não importando onde elas estejam no Universo, violando a velocidade da luz. Ou ainda explica como um elétron “some” de uma camada e “aparece” em outra, sem passar pelo “espaço” entre as duas camadas eletrônicas do átomo. Pode-se dizer que estas “partículas” subatômicas ou estão ligadas por “buracos de minhoca” ou passam por eles, deixando de existir em nosso espaço-tempo ou estando permanentemente ligadas por ele.
Mas claro...
Isso é apenas uma dentre muitas hipóteses.

No nosso caso, vamos partir de uma experiência que foi amplamente divulgada pela revista “Superinteressante” na década de 1990. Vamos supor que criamos um “buraco de minhoca” ou um furo no espaço-tempo artificial. Como? Perguntem ao Kip Thorne (ele tem até uma ideia de “como” criar este tipo de experimento). Este “buraco” tem uma entrada e uma saída (e vice-versa).

Vamos chamar uma entrada/saída de “A” e outra de “B”. Ambas estão no mesmo tempo, isto é estão sincronizadas e estão, digamos, a um metro de distância uma da outra. O que acontece se eu colocar o meu braço em “A” ou “B”?
A princípio vai soar “estranho”, mas quando eu colocar meu braço em “A”, digamos, vou vê-lo aparecer em “B” há um metro de distância e não vou ver nada no “caminho”. Vai parecer um truque de “mágica”, muito parecido com o da mulher serrada ao meio. Mas não é um truque de mágica. Ocorre que quando meu braço entrar no buraco de minhoca, ele vai “pular” o espaço (no Hiper-Espaço) e vai aparecer normalmente do outro lado.

Incrível, não é? É como uma partícula gêmea. Se eu mover minha mão, será instantâneo, mesmo que a minha mão estivesse na distância de Andrômeda.

Mas o mais incrível não é isso...
Digamos que eu tenha uma nave espacial capaz de viajar à 99,999999999% da velocidade da luz. Digamos que eu coloque o lado “B” em uma caixa, e o leve para um passeio a esta velocidade durante 1 minuto (tempo da terra – quase instantâneo para “B”). Lembram-se que quando mais perto da velocidade da luz, mais “lento” o tempo fica para o observador (nesta caso, quem ficou na Terra), mas que para o viajante a viagem foi quase instantânea? O que ocorre então?

Bom...
Primeiro vamos estabelecer o observador.
Nós, neste caso, eu e você, leitor, ficamos na Terra e a viagem da nave foi automática.
Digamos que o horário de partida da nave foi exatamente às 13:00 hrs.
Depois da viagem eu trouxe o lado “B” de volta à um metro de distância de “A” em meu laboratório hipotético.
Até aí, tudo bem, certo?
Ocorre que “B” está dessincronizado no tempo com “A”. Por ter viajado tão próximo da velocidade da luz, “B” não passou por aquele minuto de “A”. De certa forma, para “B” não passou tempo algum enquanto que para “A” se passou 1 minuto.
Para nós e para “A” passou-se 1 minuto, então, para nós, já é 13:01 hrs.
Para “B” não houve tempo algum. “B” ainda esta nas 13:00 hrs.
Então estamos um minuto no futuro de “B” ou “B” esta um minuto no passado de “A”.

Confuso?
Eu explico...
Por exemplo: se eu colocar o meu braço em “A” às 13:01 hrs, este só irá “aparecer” em “B” um minuto depois ou até o relógio de “B” chegar as 13:01 hrs.
Até ai, da para “engolir” o experimento, certo?

O nó na sua cabeça vira na seguinte situação: quando eu coloco meu braço em “A”.
Se eu colocar meu braço em “A”, às 13:01 hrs eu TERIA QUE TER VISTO meu próprio braço sair em “B” às 13:00 hrs, mas não vi. O experimento sequer tinha começado. Então onde foi parar meu braço? Resposta: às 13:00 hrs de um passado alternativo em que vi meu braço sair por “B”, ou seja, existem dois passados possíveis. O meu e o de outro “eu” que viu o que não vi.
Em síntese: o passado é tão imprevisível quanto o futuro.

Pior:
Se eu colocar o meu braço em “A” às 13:01 hrs, este só irá “aparecer” em “B” um minuto depois ou até o relógio de “B” chegar as 13:01 hrs, certo? Mas, se eu retirar meu braço de “A”, eu até posso dar a volta no experimento e me cumprimentar em “B”, pois estou cumprimentando meu eu do passado. Mas, se seu fizer isso, eu já não deveria ter sentido que me cumprimentei em “A”? E se não senti? O que aconteceu?

Novamente outro paradoxo.

Aparentemente passado e futuro são a mesma coisa neste experimento. Duas possibilidades para o futuro, que neste caso são: eu sentir o aperto de mão e eu não sentir o aperto de mão (dois universos distintos), e duas possibilidades para o passado.  A mão do futuro apareceu e não apareceu (novamente dois universos distintos)

Por que digo Universos distintos?
Porque em ambos os casos a massa do Universo se altera. Minimamente, é claro, mas o suficiente para altera-lo criando duas ou até mais realidades (se eu fizer ambos os experimentos). Então a questão novamente é: o que é real? Existem outros “eus” neste multiuniverso ou o tempo é somente uma ilusão para uma realidade ainda maior?
Se cada decisão que tomo divide o Universo, o tempo não pode ser linear. Pior: podemos voltar ao passado, sim. Mas nunca ao NOSSO passado e sim um passado que se altera quando lá chegamos.
Então, se você pensou em criar uma “maquina do tempo” para voltar uma semana ao passado e ver quais os números da “mega-sena” serão sorteados, sinto muito informar, mas os números, devido à sua simples presença, não serão os mesmos.

Este ensaio determina que o “paradoxo do avô”, em que você volta no tempo e mata seu avo, deixando de existir por isso, na realidade não ocorre.
Você pode viajar no tempo, matar seu avô e criar uma linha alternativa no tempo. Se você voltar pelo “buraco de minhoca”, nada mudou. Seu avô morreu bem velhinho. Mas, se você fechar e tentar reabrir o “buraco de minhoca” para voltar ao seu presente, este sim, pode estar totalmente modificado e você ainda vai existir, porém, sem avô ou pais...

Seguiremos em breve com um quarto ensaio reiterando que este artigo visa apenas estimular a curiosidade e não possui a pretensão de ser uma verdade absoluta, mas ele é validado e embasado na ciência real. Não se trata, em absoluto, de “achismo” ou pseudociência. As perguntas e os experimentos são especulativos na medida em que não sabemos tudo sobre a natureza. Então as especulações são válidas.

Marco Aurélio Riesemberg Hundsdorfer
Mestrando em Geografia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)-Paraná  (2017).
Formado em Licenciatura em Geografia (UEPG) (2014).
Pós graduado em Metodologia do Ensino Superior(UEPG) (1997).
Bacharel em Processamento de Dados (1989).
Astrônomo amador(SEMPRE).




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