Desde então, inúmeras missões e outros astronautas lograram o mesmo êxito e também deixaram suas marcas no satélite natural da Terra. Conquistada, a Lua deixou de ser o centro das atenções dos cientistas e da NASA, a agência espacial norte-americana, e deu espaço para Marte.
Hoje, o planeta vermelho é alvo de inúmeros estudos que procuram definir tanto se já houve vida por lá quanto a viabilidade de levar o Homem para lá. Para isso, no entanto, algumas barreiras tecnológicas e biológicas ainda precisam ser transpostas, sendo uma delas os efeitos causados pela longa viagem nos astronautas.
Para isso, a NASA anunciou na semana passada durante a International Astronomical Congress, que ocorreu na cidade de Toronto, Canadá, que fechou uma parceria com a SpaceWorks Enterprises para estudar com mais afinco sobre o tema. O acordo com a especialista em engenharia aeroespacial prevê a criação de um procedimento que colocará os astronautas em sono profundo, ou até mesmo em estado de estase, quando o fluxo dos fluidos corpo é parado ou diminuído, durante todo o período do itinerário.
A ideia, conforme destaca o site da Discovery, parece coisa de filme de ficção científica, mas a agência garante que é possível e inclusive já fez alguns testes com humanos. Ao que tudo indica, o procedimento é semelhante ao adotado por hospitais para tratar pacientes em estados graves e que precisam ficar em coma induzido.
Apesar disso, Mark Schaffer, engenheiro aeroespacial da SpaceWorks, prevê um grande desafio a ser superado. Segundo ele, embora a técnica exista, ela jamais foi usada para manter alguém "suspenso" por mais que sete dias. Para a viagem tripulada à Marte, esse limite teria que ser superado em até 25 vezes antes da técnica ser levada em consideração para algo do tipo.
"Jamais precisamos manter alguém neste estado por mais que sete dias. Para essas missões tripuladas à Marte, nós teríamos que pensar em 180 dias. Essa é a meta que estamos trabalhando agora", revelou o engenheiro no congresso.
• Questões ainda precisam ser respondidas
Embora tudo pareça muito bem esboçado, tanto NASA quanto SpaceWorks admitiram que ainda há questões que precisam ser solucionadas.
Uma delas diz respeito à perda de musculatura que ocorre naturalmente em viagens espaciais, mas que pode ser agravada pelos astronautas não se exercitarem enquanto permanecem "apagados". Para solucionar essa situação, o sono profundo seria induzido em uma sala especial que tem alguma gravidade para impedir a acentuação do problema.
Embora pareça bastante promissor, o estudo ainda dá os seus primeiros passos e parece ainda girar muito no campo da incerteza. Fora isso, apenas duas coisas são certas até agora. A primeira delas é que muita pesquisa ainda precisa ser feita até que tenhamos um modelo ideal de viagem à Marte. Não se pode esquecer que esse é apenas um dos muitos estágios que precisam ser superados até que possamos efetivamente pensar em viajar até o planeta vermelho.
Por fim, a NASA diz estar certa sobre a economia de combustível que tal técnica traria para as missões. De acordo com a agência, a quantidade de comida, água e equipamentos de musculação necessária para levar e trazer os desbravadores do espaço numa viagem desse tipo reduziria o peso da espaçonave em até 50%.
| Fonte(s) Discovery, CanalTech |
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