Recentemente, em alguns sites, surgiu a notícia de que o Universo está morrendo, mas o que significa exatamente isso?
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Uma equipe internacional de astrônomos que estudam mais de 200.000 galáxias mediu a energia gerada dentro de uma grande parte do espaço de forma mais precisa do que nunca. Isto representa a avaliação mais abrangente da produção de energia do Universo próximo. Eles confirmaram que a energia produzida em uma seção do Universo hoje é apenas cerca de metade do que era há dois bilhões de anos atrás e acham que isso está ocorrendo desvanecimento em todos os comprimentos de onda do ultravioleta ao infravermelho distante. Ou seja, o Universo está morrendo lentamente.
O estudo envolve muitos dos telescópios mais poderosos do mundo, incluindo ESO VIST e o telescópio VST no Observatório Paranal, no Chile. Observações de apoio foram feitas por dois telescópios espaciais em órbita operados pela NASA GALEX e WISE e outro pertencente à Agência Espacial Herschel Europeia.
A pesquisa faz parte do projeto Galaxy And Mass Assembly (GAMA), a maior pesquisa de multi-comprimentos de onda nunca feita antes.
"Usamos telescópios terrestres e espaciais para que pudéssemos chegar a medir a produção de energia de mais de 200 000 galáxias em toda uma ampla gama de comprimentos de onda possível", disse Simon, da University of Western Australia, que encabeça a grande equipe GAMA.
Os dados da pesquisa, divulgados pelos astrônomos de todo o mundo, incluíram medições da produção de energia de cada galáxia em 21 comprimentos de onda, do ultravioleta ao infravermelho distante. Este conjunto de dados irão ajudar os cientistas a entender melhor como os diferentes tipos de galáxias formam e evoluem.
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Toda a energia do Universo foi criada no Big Bang, com alguma porção trancada em massa. Estrelas brilham através da conversão de massa em energia, como descrito na famosa equação de Einstein E=mc². O estudo GAMA se propõe a mapear e modelar toda a energia gerada dentro de um grande volume de espaço hoje e em momentos diferentes no passado.
Enquanto a maioria da energia do Universo surgiu no rescaldo do Big Bang, a energia adicional está constantemente sendo gerada por estrelas a medida que elas fundem elementos como hidrogênio e hélio. Esta nova energia ou é absorvida pela poeira à medida que viaja através da galáxia hospedeira, ou escapa para o espaço intergaláctico e viaja até atingir algo, como uma outra estrela, um planeta, ou, muito ocasionalmente, um espelho do telescópio.
O fato de que o Universo está enfraquecendo lentamente tem sido conhecido desde o final dos anos 1990, mas este trabalho mostra que isso está acontecendo em todos os comprimentos de onda do ultravioleta até o infravermelho, o que representa a avaliação mais abrangente da produção de energia do Universo próximo.
Conclusão
Como foi visto, é de conhecimento da comunidade científica e astronômica o enfraquecimento e a morte lenda do Universo e alguns sites estão espalhando a notícia como se morte do Universo tivesse sido descoberta hoje, mas não é o caso. A pesquisa apenas está mapeando em todos os comprimentos de onda essa perda de energia do cosmos.
"O Universo vai diminuir a partir de agora, deslizando suavemente na velhice. O Universo tem, basicamente, sentado-se no sofá, puxado um cobertor e está prestes a cochilar em um sono eterno", conclui Simon driver.
A equipe de investigadores esperam expandir o trabalho para mapear a produção de energia ao longo de toda a história do Universo, usando uma faixa de novas instalações, incluindo o maior radiotelescópio do mundo, o Square Kilometre Array, que será construído na Austrália e Sul África durante a próxima década.
Traduzido e adaptado de Phys