ALMA encontrou algumas informações interessantes ao investigar o membro muito distante do nosso sistema solar.
Por Nicole Kiefert | Publicado: quarta-feira 12 de abril, 2017
Astrônomos revelaram mais informações sobre o objeto muito distante do sistema solar chamado 2014 UZ224, ou DeeDee.
DeeDee é um objeto trans-neptuniano (TNO) que foi primeiramente descoberto por uma equipe de astrônomos liderados por David Gerdes, cientista da Universidade de Michigan e principal autor do artigo no Astrophysical Journal Letters. Gerdes estava usando o telescópio Blanco de 4 metros no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile para o Dark Energy Survey, que deu os astrônomos um número extraordinário de imagens. Enquanto a maioria dessas fotos acabou por ser galáxias distantes, algumas mostraram sinais de TNOs, e uma pequena quantidade de imagens TNO, 12 fotos eram de DeeDee, que é a abreviatura em inglês para Distant Dwarf.
DeeDee é o segundo objeto TNO mais distante conhecido na periferia de Kuiper com uma órbita, mas por outro lado não se sabe muito sobre ele até recentemente.
Astrônomos recolheram alguns detalhes surpreendentes sobre DeeDee usando o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e só recentemente divulgaram as informações, incluindo seu tamanho - de aproximadamente 635 quilômetros (394 milhas) - e sua massa que deve ser esférica, o que o coloca na corrida para se tornar um planeta anão.
Uma unidade astronômica é a distância da Terra ao Sol, ou 150 milhões de quilômetros, e DeeDee tem gritantes 92 UA. Para completar uma órbita, DeeDee leva 1.100 anos e a luz oriunda do planeta leva 13 horas para chegar à Terra.
A equipe usou a capacidade do ALMA para detectar o calor e descobriu que DeeDee teria cerca de -405 graus Fahrenheit (-243 graus Celsius), de acordo com Gerdes. Além de ser incrivelmente frio, DeeDee também não é muito reflexivo, refletindo apenas 13 por cento da luz solar.
A descoberta de todas essas informações sobre DeeDee deixou os astrônomos otimistas sobre a capacidade de detectar objetos distantes e em movimento lento em nosso sistema solar e poderão usar algumas dessas técnicas para observar o Planeta Nove.
“Ainda há novos mundos para descobrir em nosso próprio quintal cósmico”, disse Gerdes em um comunicado de imprensa. “O sistema solar é um lugar rico e complicado.”
Astronomy Magazine
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