Brasileiro descobre o maior cometa já detectado, e ele está vindo em nossa direção - Mistérios do Universo

Breaking

Home Top Ad

Post Top Ad

16 de abril de 2022

Brasileiro descobre o maior cometa já detectado, e ele está vindo em nossa direção

.... ....

Cometa descoberto pelo brasileiro Pedro Bernardinelli, astrônomo da Universidade de Washington, tem um diâmetro de aproximadamente 130 km e está vindo em direção do Sistema Solar. 

Sequência de fotos mostra como o tamanho núcleo do Cometa foi calculado. — Foto: NASA, ESA, Man-To Hui (Macau University of Science and Technology), David Jewitt (UCLA)/Alyssa Pagan (STScI)

A descoberta

O Cometa C/2014 UN271 foi descoberto por acaso por Bernardinelli, em 2010. A descoberta foi confirmada pelo seu orientador de doutorado, Gary Bernstein, da Universidade da Pensilvânia. O cometa, apropriadamente, foi chamado de (Bernardinelli-Bernstein).  

A descoberta foi publicada em um novo estudo, onde astrônomos usaram o Telescópio Espacial Hubble para confirmar que o centro sólido do cometa gigante C/2014 UN271 (Bernardinelli-Bernstein) é o maior núcleo de cometa já detectado. Ele mede 50 vezes maior do que a maioria dos cometas conhecidos e está vindo em nossa direção a 35.400 quilômetros por hora da borda do Sistema Solar.

A boa notícia é que, felizmente, o cometa nunca chegará a menos de 1,5 bilhão de quilômetros do Sol, quando ele atingir o seu periélio, pouco mais distante da Terra do que Saturno. Esta aproximação ocorrerá em 2031. 

Os cometas estão entre os objetos mais antigos do sistema solar e são corpos gelados que foram lançados sem cerimônia para fora do Sistema Solar como em um jogo de pinball gravitacional entre os planetas exteriores massivos, disse David Jewitt, professor de ciência planetária e astronomia da UCLA, coautor do novo estudo do cometa publicado no Astrophysical Journal Letters. Os cometas despejados passaram a residir na nuvem de Oort, um vasto reservatório de cometas distantes que circundam o sistema solar por muitos bilhões de quilômetros no espaço profundo, completou Jewitt.


“Este cometa é literalmente a ponta do iceberg de muitos milhares de cometas que são muito fracos para serem vistos nas partes mais distantes do sistema solar”, disse Jewitt. "Sempre suspeitamos que este cometa tinha que ser grande porque é muito brilhante, mesmo a uma distância tão grande. Agora confirmamos que é."

O cometa Bernardinelli-Bernstein também tem o maior núcleo já visto em um cometa pelos astrônomos. Jewitt e seus colegas determinaram o tamanho de seu núcleo usando o Telescópio Espacial Hubble da NASA.  Sua massa é estimada em 500 trilhões de toneladas, cem mil vezes maior que a massa de um cometa típico encontrado muito mais perto do sol.

"Este é um objeto incrível, dado o quão ativo é quando ainda está tão longe do sol", disse o principal autor Man-To Hui, que obteve seu doutorado na UCLA em 2019 e agora está na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau em Taipa, Macau. "Achamos que o cometa poderia ser bem grande, mas precisávamos dos melhores dados para confirmar isso."

Assim, os pesquisadores usaram o Hubble para tirar cinco fotos do cometa em 8 de janeiro de 2022 e incorporaram observações de rádio do cometa em suas análises.

O desafio em medir este cometa era como determinar o núcleo sólido da enorme coma empoeirada – a nuvem de poeira e gás – que o envolvia. O cometa está atualmente muito longe para que seu núcleo seja visualmente observado pelo Hubble. Os dados do Hubble mostram apenas um pico de luz brilhante na localização do núcleo. Hui e seus colegas fizeram um modelo de computador do coma circundante e o ajustaram para caber nas imagens do Hubble. Então, eles subtraíram o brilho da coma, deixando para trás o núcleo.

Hui e sua equipe compararam o brilho do núcleo com observações de rádio anteriores do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, ou ALMA, no Chile. As novas medições do Hubble estão próximas das estimativas de tamanho anteriores do ALMA, mas sugerem de forma convincente uma superfície do núcleo mais escura do que se pensava anteriormente.

"É grande e mais preto que carvão", disse Jewitt.

Comparação do tamanho do núcleo do cometa. (NASA/ESA/Zena Levy, Stacci)

A origem do megacometa

O cometa está caindo em direção ao Sol há mais de 1 milhão de anos. Acredita-se que a nuvem de Oort seja o local de nidificação de trilhões de cometas. Jewitt acha que a nuvem de Oort se estende de algumas centenas de vezes a distância entre o sol e a Terra até pelo menos um quarto da distância das estrelas mais próximas ao nosso sol, no sistema Alpha Centauri.

Os cometas da nuvem de Oort foram lançados para fora do sistema solar bilhões de anos atrás pela gravitação dos massivos planetas externos, de acordo com Jewitt. Os cometas distantes viajam de volta ao Sol e aos planetas apenas se suas órbitas forem perturbadas pelo puxão gravitacional de uma estrela que passa, disse o professor.

Esta hipótese foi levantada pela primeira vez em 1950 pelo astrônomo holandês Jan Oort, entretanto, a nuvem de Oort ainda permanece uma hipótese pois os cometas que a compõem são muito fracos e distantes para serem observados diretamente. Isso significa que a maior estrutura do Sistema Solar é praticamente invisível, disse Jewitt.

O cometa está agora em uma órbita elíptica, a menos de 3 bilhões de quilômetros do Sol, e em alguns milhões de anos, ele retornará ao seu local de nidificação na nuvem de Oort, disse Jewitt. Neste meio tempo, teremos a oportunidade de observar o megacometa e aprender mais sobre estes astros errantes. 

Nenhum comentário:

Pages