Misterioso objeto com órbita estranha além de Netuno intriga cientistas - Mistérios do Universo

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23 de agosto de 2016

Misterioso objeto com órbita estranha além de Netuno intriga cientistas

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Por Shannon Hall, traduzido e adaptado por Felipe Sérvulo












Muito, muito longe para saber o que está acontecendo. ESO/L. Calçada/Nick Risinger


"Espero que todos tenham afivelado o cinto de segurança porque o sistema solar exterior ficou muito mais estranho." Isso é o que Michele Bannister, astrônoma da Universidade Queens, em Belfast, twittou na segunda-feira.

Ela estava se referindo à descoberta de um objeto OTN ou trans-netuniano, algo que fica além de Netuno no sistema solar exterior. Ele é 160.000 vezes mais fraco do que Netuno, o que significa que esse mundo gelado poderia ter menos de 200 quilômetros de diâmetro. O objeto está atualmente acima do plano do sistema solar e a cada dia que passa, ele está se movendo para cima - um fato que faz com que seja uma raridade.

O OTN orbita em um plano que está inclinado 110 graus em relação ao plano do sistema solar. Além do mais, ele oscila para trás em torno do Sol ao contrário da maioria dos outros objetos no Sistema Solar. Com isto em mente, a equipe que descobriu o OTN apelidou-o de "Niku", em alusão ao adjetivo chinês para rebelde.

Para compreender quão verdadeiramente rebelde ele é, lembre-se que uma superfície plana é a assinatura de um sistema planetário, uma vez que a nuvem de gás de formação estelar cria um disco achatado de gás e poeira em torno dele. "As forças de momento angular trabalham dando o sentido de giro a todos da mesma maneira", diz Bannister. "É a mesma coisa como um pião, cada partícula está girando na mesma direção."

Isso significa que qualquer coisa que não orbitar dentro do plano do sistema solar ou rotacionar no sentido oposto deve ter sofrido um choque com outro objeto para deixá-la fora do curso. "Isso sugere que há mais coisas acontecendo no sistema solar exterior do que estamos plenamente conscientes", disse Matthew Holman do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, que faz parte da equipe que descobriu Niku usando o Telescópio de Pesquisa Panorâmica e Sistema de Resposta Rápida (Pan-STARRS 1) em Haleakala, Maui.

É o desconhecido que excita os astrônomos. "Sempre que você tem alguma característica que você não pode explicar no sistema solar exterior, é imensamente excitante porque está, em certo sentido antecipando um novo desenvolvimento", disse Konstantin Batygin no Instituto de Tecnologia da Califórnia.

Planeta Nove

Batygin foi um dos dois astrônomos que no início deste ano anunciou que a presença de um outro grupo altamente inclinado de objetos que podem estar apontando o para um grande mundo desconhecido, talvez com 10 vezes a massa da Terra, ainda mais longe, à espreita - o assim chamado Planeta Nove.

Após a análise posterior, o novo OTN parece ser parte de um outro grupo que orbita em um plano altamente inclinado, de modo que a equipe de Holman testou para ver se seus objetos também podem sofrer a força gravitacional do Planeta Nove.

Acontece que Niku está muito próximo do sistema solar, longe do alcance do mundo sugerido, então deve haver outra explicação. A equipe também tentou ver se um planeta anão descoberto, talvez semelhante a Plutão, poderia fornecer uma explicação, mas não tiveram êxito. "Nós não sabemos a resposta", diz Holman.

Bannister não poderia estar mais feliz. "É maravilhoso e tão confuso", disse ela. "Estou ansiosa para ver o que as análises teóricas vão descobrir."

Mas Batygin não está pulando para cima e para baixo ainda. "Como dizem no artigo, o que eles têm agora é uma dica", disse ele. "Se essa dica se desenvolver em uma história completa, seria fantástico."

Artigo de referência:  arxiv.org/abs/1608.01808
Traduzido e adaptado de New Scientist

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