Criado a partir da implosão de estrelas massivas, os buracos negros são (literalmente) poços no tecido do espaço-tempo tão profundos que, nada, nem mesmo a luz (onda eletromagnética de maior velocidade do universo) consegue escapar.
No centro de um buraco negro existe um ponto que concentra uma colossal quantidade de matéria compactada/esmagada - que os físicos chamam de singularidade – numa infinitamente pequena quantidade de espaço.
“De um ponto de vista teórico, a singularidade é algo do tamanho de uma partícula que se torna outro algo infinitamente denso e massivo,” diz a física Sabine Hossenfelder, do Instituto Nórdico de Física Teórica.
Tecnicamente, esse “algo” é a curvatura do espaço, ou a gravidade elevada que os cientistas têm observado em estudos de planetas e estrelas de grande massa.
Semelhantemente à forma como uma folha de borracha esticada mergulharia em torno de uma bolha de boliche, objetos maciços podem causar uma curvatura do espaço-tempo ao seu redor. E de tal modo, quanto mais massivo o objeto é, mais íngreme será sua curvatura. Primeiro teorizada por Einstein, em nenhum outro lugar do Cosmos este efeito é mais extremo do que em um buraco negro, cujo centro representa uma distorção infinitamente curva. Como um buraco sem fundo em uma folha de borracha, a força se torna infinitamente maior, como objetos, uma vez que adentram cada vez mais rápido dentro do buraco.
Em torno da singularidade, partículas e materiais são compactados. Uma vez que a matéria (de uma estrela, digamos) caia dentro de um buraco negro, a sua densidade torna-se infinita, dado que ela deverá caber em um ponto que, - de acordo com equações, – é tão pequeno que não tem dimensões.
Alguns cientistas têm debatido se os modelos teóricos que descrevem os buracos negros são corretos – isto, é, se eles realmente existem.
Ninguém pode ter certeza que tal singularidade não descreve uma realidade física, diz Hossfelder. Mas a maioria dos físicos diria que ela, como teorizada por equações, não existe realmente. Se a singularidade for, de fato, “muito real”, isso significaria que a “densidade de energia foi infinitamente grande em um único ponto,” exatamente o centro do buraco negro, disse ela.
No entanto, ninguém pode saber com certeza porque nenhuma teoria quântica completa da gravidade (ainda) existe, e o interior dos buracos negros são, (ainda,) impossíveis de se observar.
* Parceria com o portal Acervo Ciência.
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